quarta-feira, 12 de abril de 2017

Humanidade.

Olá senhoras e senhores, como vocês estão? Bom, hoje estou aqui para contar uma história superinteressante sobre um homem e seu amor por um pote de azeitona (Consideramos justa toda forma de amor).
Com essa história, entres outras, eu tive uma revelação durante meu tempo de vida aqui e gostaria de compartilhá-la com vocês. Veio para mim enquanto eu tentava classificar nossa espécie. Só posso dizer que seres humanos são os animais mais inconstantes, pervertidos e malucos com quem tenho o prazer de "compartilhar características morfológicas e semelhanças comportamentais, que podem gerar descendentes férteis além de compartilhar o mesmo ambiente".
E aí a pergunta que não quer calar: Vale tudo pelo prazer? Bom, cada um no seu quadrado né. Cada um no seu cada qual. Cada um sabe a dor e a delícia de ser quem é. Ema ema ema, cada um com as suas dificuldades. Enfim.

Há muito muito tempo atrás em uma época remota, eu trabalhava ou estagiava (vamos deixar no ar) num hospital Y . Foi uma época boa, onde cada dia era uma aventura diferente. Quando o paciente não tentava te estapear, não espumava pela boca, não falava com os lábios tremendo tomados por um ódio descomunal por causa da demora no atendimento, ele estava ali quietinho conformado com o que o sistema único de saúde nos proporciona. O importante era esperar né, pois o atestado não ia se escrever sozinho.  Nessa época eu estava no Pronto Socorro, então tudo quanto era absurdo ou acidentes macabros (pesquisa no Assustador caso tenha curiosidade) passava por nós primeiro. Bons tempos.

Então, num dia que tinha tudo para ser comum e sem intercorrências, eu estava enfaixando carinhosamente a perna de uma paciente idosa na sala de suturas, enquanto ela reclamava da vida, me contava todos os seus problemas pessoais e também os sexuais, os quais eu não estava muito interessada em saber pois a visão de uma senhora relacionando-se sexualmente não era lá o que gostaria de ficar pensando sobre. Pois bem, quando termino de enfaixar e a sra. termina de contar suas desventuras, eis que me chamam para ir ajudar no socorro de um indivíduo que acabara de chegar de ambulância. 

Diante da situação, prontifiquei-me a ir para a entrada do hospital atender ao chamado. Fui passando pelos funcionários do local sem reparar muito no que eles estavam fazendo, que no caso era gargalhar gostosamente. Quando reparei, pensei "Será que tão rindo de mim?" Então rapidamente chequei minha roupa para ver se tinha algum resquício de algo fora do comum tipo sangue, esparadrapo ou se a senhora havia ficado presa no meu jaleco, ou se eu tinha enfaixado a minha perna ao invés da perna da senhora, não sei. Erros de enfermagem acontecem.
Parecia estar tudo em ordem. Continuei minha caminhada até a entrada, e então percebo que os gentis trabalhadores do SAMU estavam também com uma cara que nem nos seus melhores sonhos ou nas suas mais loucas fantasias você será capaz de imaginar. Mas resumindo, cara de riso.
Já estava pronta para perguntar em voz alta se era comigo e se eu estava defecada. Então o moço do SAMU apontou para a maca, e fez alguns sinais que me fizeram entender que a graça estava ali deitada coberta por um lençol, o que despertou e muito minha curiosidade. Levamos o indivíduo para a emergência, depois, juntamente com os outros enfermeiros pegamos o caso do senhor, e então finalmente descobri o motivo de tantas risadas.
Vou repetir o que foi dito à nós pelos socorristas, prometo que serei fiel aos acontecimentos e não me utilizarei de exageros. 

-"ESSE INDIVÍDUO CHAMOU O SAMU PORQUE ENFIOU UM POTE DE AZEITONA NO C* E NÃO CONSEGUIU TIRAR SOZINHO. NÃO DUVIDO DE MAIS NADA NESSA VIDA."
*piadas ao fundo* 
"ENTUPIU? NÃO QUEBRE. LIGUE PARA..."

Nesse momento me senti no Programa do Ratinho. Enfim, depois de todo esse alvoroço, fui até o leito do indivíduo e humildemente perguntei o que havia acontecido.
E como num filme, ele me contou tudo usando exatamente essas palavras: 

-"Olha, devido ao aquecimento global, essas altas temperaturas, o Al Gore e toda essa verdade inconveniente, eu estava pintando a casa pelado e tinham alguns potes de azeitona espalhados pela casa com água dentro, para que quando eu quisesse mudar a cor da tinta pudesse utilizar um deles e remover o excesso. Eis que então meu gato passou correndo pela escada (sim, surgiu uma escada e um felino), fazendo a mesma fechar e eu cair violentamente em cima de um dos potes (reparei que não tinha água dentro do pote, provavelmente ele sugou-a de alguma forma ainda desconhecida por nós, meros mortais) que por má sorte entrou no meu orifício anal e agora não quer mais sair."
Obviamente acreditei na história do moço, e imaginei: "Pobre infeliz, não pode nem pintar a casa em paz sem ser atacado".
Bom, depois que o bom cidadão foi removido para outra unidade, o que nos restou foram apenas lembranças desse dia. *suspiros*

No mesmo dia sem me exaltar, contei a história trágica para alguns amigos e um deles, Deusdedete, me mostrou um vídeo que retratou exatamente toda a história que o cidadão havia me contado, tanto que até pensei que ele fosse o personagem do vídeo que compartilharei agora com vocês, porque vocês merecem ver.

quarta-feira, 29 de março de 2017

A barata assassina.

Gente, estou aqui me perguntando até agora: Porque nunca contei uma história sobre barata?
Quem disse que o dinheiro é raíz de todo mal se enganou. A barata é a raíz de todo mal. Quando houve a grande batalha apocalíptica descrita na bíblia, não era um dragão de 7 cabeças e 10 chifres; Era uma barata de sete cabeças e 10 chifres(era uma metáfora para uma barata sem cabeça conseguir sobreviver por 10 dias, como sabemos hoje). As grandes guerras advindas após esse evento, sempre foram com intuito de matar uma barata.
“Minha nossa senhora, uma barata!”
“Pera, vou matar!”                                   
*bomba de destruição em massa ativada*
True history.
Mas vamos ao que interessa. Começo dizendo que a minha família tem o histórico mais bizarro em relação à esses seres.
Vou contar um pouco pra vocês.
Antigamente, minha avó morava no sítio com minha mãe e suas irmãs, e como de se imaginar, não tinham muitos recursos disponíveis. Então ao invés de médicos, tinham as benzedeiras. Minha vó era uma delas. Uma das curas maravilhosas da época, era colocar barata em cima de furúnculos por exemplo, porque acreditava-se que a barata VIVA enrolada ali na perna da pessoa ia sugar toda a secreção e sarar o bagulho (Se eu tivesse vivido nessa época, eu não teria vivido nessa época). Então, o que ela obrigava as filhas à fazer? Sim, caçar baratas e capturá-las com as MÃOS, levando-as vivas para casa. E ai se não fizesse isso, era uma surra pra nunca mais esquecer.
Minha mãe sempre costumava ir pegar esses demônios, então ela é uma das únicas da família que não tem medo de barata. Mas agora minhas tias, irmã... Eu...
Uma vez minha tia estava de vestido e sentou em cima de uma barata sem ver. Pra quê meu Deus?
“Tina, você não sabe no que você sentou...”
“NO QUEEEEE?” (claro desespero já)
“numa barata...”
“AHHHHHHHHHHHHHHHH” e morreu.
Ouso dizer que minha irmã quase perdeu meu sobrinho nessas também. Ela quase bateu a barriga de 7 meses em uma quina do armário da cozinha, fugindo desesperadamente de uma barata. Fora quando ela saiu engatinhando pra fora de casa porque tinha uma barata na parede bem pertinho do sofá, onde ela se encontrava.
Outra vez minha tia estava com uma presilha, vulgo piranha no cabelo e havia esquecido. A piranha começou à escorregar e ela achou que era uma barata. O cagaço foi tão intenso, que ela não pensou duas vezes, pegou a piranha e tacou longe.
Eu uma vez quase fiquei nua na rua, achando que uma barata havia pousado em mim. Parei uma desconhecida para perguntar se não havia uma barata em minhas vestes, e no final, tinha sido só uma folha. Isso fora os vários chiliques quando vejo baratas andando nas streets de SP.
E com isso, chegamos ao dia 14/02/2017. Estava eu, super sossegada e relaxada no meu quarto, conversando com algumas pessoas no whats, vendo uns filmes e tudo mais pois estava sem sono. Já era quase 2h da manhã. Estava tudo indo bem, quando de repente minha visão periférica notou um ponto negro na parede, se mexendo um pouquinho... Ah, como eu gostaria que fosse George me visitando(um grilo que havia entrado no meu quarto há uns dias atrás), como ansiei que fosse apenas uma lagartixa... Como torci que fosse um buraco negro se iniciando ali... Olhei e, sim, era uma barata. Bem do ladinho da minha cama.
Perdendo completamente a noção de tudo, pulei no chão, me desequilibrei, cai em cima da estante e machuquei o joelho. Comecei a gritar o nome da minha mãe que dormia no quarto ao lado. Ela acordou no susto, provavelmente achando que alguém havia entrado na casa. O impacto foi tão grande que eu acho que a barata se assustou também e começou a andar mais rápido pela parede.
“MAAAAAAAE ME AJUDA”
“QUE FOI VALERIA?”
“UMA BARATA TA AQUI, ME PASSA O VENENO OU UM CRUCIFIXO”
“Ô BICHA FDP, TÁ FICANDO DOIDA OU TÁ TREINANDO PRA FICAR?”
Vendo meu desespero, ela resolveu me ajudar. Só que as coisas não fluíram bem. A porta que dá acesso ao quarto que ela estava foi trancada (eu tranquei uns dias antes e perdi a chave), então sugeri que passasse o veneno por debaixo da porta, mas ele não coube. Minha aflição foi apenas aumentando a cada tentativa frustrada de pegar o veneno sem sucesso. Até que minha mãe muito esperta me passou ele pela janela e, enfim pude matar a barata sozinha. Mas... cadê a barata?
O desespero só não foi maior, porque eu vi a perninha dela entrando numa espécie de janela que tem no meu quarto, que dá acesso à casa do vizinho. Porque se eu tivesse perdido esse ser de vista, não sei o que seria de mim. Então, sem pensar duas vezes, selei essa janela com veneno pra ela não voltar, ficou tudo branco com SBP, e fiquei à espreita.
Depois de meia hora mais ou menos quando vi que estava tudo seguro resolvi dormir, e a noite voltou a calmaria que outrora fora antes da invasão desse monstro.




Comemorando o aniversário da minha irmã e o GPS amaldiçoado.

Cheia de manias. Toda dengosa. Menina bonita. Sabe que é gostosa.
Olá pessoal, tudo bom? Estou aqui para contar mais uma história pra vocês. Porque se há vida, há história.
Aqui em casa é sempre uma aventura quando saímos em família. Primeiro, porque sempre que combinamos o rolezinho nunca dá certo, porém quando dá, digamos que alguma coisa tem que sair errada se não o universo entra em colapso, desaparece, e uma coisa mais bizarra ainda surge no lugar. Sim, acabei de revelar o segredo da vida pra vocês, a origem do universo e tudo mais. Shhh. Última vez que o universo desapareceu foi em Férias Frustradas, 1983.
Mas então, vamos imaginar: Viagem + gente que só fala gritando + pessoas altamente apavoradas + uma criança que não pára de falar enquanto você tá nervoso + gente que ama dar palpite + destino incerto = tá pronto sorvetinho DO CAOS
Vamos à história completa.
No aniversário da minha irmã Vanessa, decidimos ir à uma praia paradisíaca, ainda desconhecida por nós, praia do Éden, em Guarujá. Até aí tudo bem, conseguimos chegar lá sem ferimentos ou desilusões(tirando que achei que por ser uma praia do Guarujá, só teria gente bonita, infelizmente errei rude), usamos o gps que nos orientou por uma via que passava por Bertioga e não precisava pegar balsa nem nada. Tudo mil maravilhas.
Chegamos e foi muito divertido devido às várias experiências de quase-morte que tivemos, pois as ondas eram muito fortes, fazendo com que rolássemos na água em ritmo de festa. Várias vezes me senti dentro de uma batedeira, perto do epicentro* de um terremoto. No final ganhei vários hematomas e ralados, fora a quantidade absurda de areia que entrou em lugares que eu nem imaginava que tinha a possibilidade de entrar. Mas devido ao lugar maravilhoso, eu estava anestesiada, só fui reparar em tudo isso ao chegar em casa, anos depois.
Passamos o dia lá e pá sei que lá, pagamos 15 reais num pote de açaí do tamanho de um vidrinho de Yakult, (o que me fez ficar indignada por um bom tempo) finalmente chegou a hora de dar tchau.
Chegamos ao carro, devolvemos o balde pro cara do estacionamento(ele havia emprestado para carregarmos as cervejas), pegamos os celulares para ligar o gps. Ah, esses celulares.
Eu fiquei incumbida de tirar as fotos do rolê, portanto minha bateria estava acabando. Minha mãe deixou o celular ligado com a internet desligada, porém não ajudou muito pois ficou gastando de qualquer forma. Dio (cunhado) nem sei se estava com o celular dele, e a Vanessa não tinha crédito. Já começou errado aí essa volta.
Pensamos: “Bom, como vamos até Bertioga e de lá sabemos voltar, 15% de bateria será o suficiente né. Vamos colocar aqui no celular da mãe mesmo.”
Então, fui incumbida de outra missão. Colocar o destino no celular da minha mãe e entregá-lo ao copiloto Vanessa para orientar o motorista, Dio.
Sem um pingo de maldade no coração, coloquei o destino para Poá direto, ao invés de colocar para Bertioga... e aí começou a saga mais longa de nossas vidas.
O gps nos mandou voltar por Santos, e até então todos nós achamos que seria melhor e mais rápido voltar por SP, e já que tínhamos algo nos orientando seria tudo mais fácil.
Desilusão, desilusão, danço eu dança você na dança da solidão (música)
Pegamos a balsa pra Santos, pagamos 11 reais naquela merda. Ok.
Seguimos viagem, e só foi piorando. Passamos pelo menos por uns 3 pedágios, e quando achamos que não tinha como ficar pior... Pourran... a gasolina entrou na reserva.
Lembra a receita do sorvetinho do caos que citei acima? Então, começou nessa hora. Me senti no Masterchef do umbral.
Dio começou a ficar apavorado, passando a mão no rosto e nos cabelos repetidas vezes, Vanessa tentando manter o Dio calmo sem sucesso, minha mãe dando leves palpites tentando não apavorar mais ainda o motorista, o Ni falando sobre polícia, e eu fingindo que estava morta.
Devido à gasolina quase acabando, tivemos que pegar a próxima saída para achar um posto. Saímos aonde? No bairro Pimentas. Sim repito, claro. PIMENTAS, GUARULHOS.
Fomos no cagaço, mas não tínhamos escolha. Pensa, você está num lugar totalmente desconhecido, porém conhece a fama de ser amaldiçoado por Deus. Nada contra. É o que dizem. Boatos. Fora que, todo mundo quase sem bateria para pedir ajuda.
Colocamos o posto mais próximo no gps, e seguimos. Demos mais ou menos 500 voltas pelos bairros daquele lugar maravilhoso, e quando estávamos chegando no posto, adivinhem: ESTAVA DESATIVADO. Sim senhores.
Agora imaginem o diálogo dentro do carro:
“VALEI-ME NOSSA SENHORA”
“não tia, porque a polícia não vai deixar nada acontecer, e eu sou o Batman”
“puta merda”
“Kiss me hard before you go, summertime sadness”
Seguimos pelo que parecia ser a avenida principal, e graças aos deuses, 5 minutos depois achamos um posto. Já sem nenhuma fé no gps, resolvemos perguntar aos gentis senhores do posto como ir pra casa.
“Olha, segue essa avenida, vira a direita, depois a esquerda que vocês vão sair no lugar X, e aí só seguir direto. Mas segue esse caminho certo, porque se vocês errarem, vão sair daqui sem o carro.”
Foi um incentivo maravilhoso para anotar num papel.
Depois de mais um pedágio e rodar mais um pouquinho(dessa vez com tanque cheio), chegamos em casa. E o que aprendemos com essa história, caros colegas? Nunca, mas nunca mesmo na sua vida confie à mim um GPS.




*ponto da superfície da Terra onde primeiramente chega a onda sísmica. Terremoto.