quarta-feira, 29 de março de 2017

Comemorando o aniversário da minha irmã e o GPS amaldiçoado.

Cheia de manias. Toda dengosa. Menina bonita. Sabe que é gostosa.
Olá pessoal, tudo bom? Estou aqui para contar mais uma história pra vocês. Porque se há vida, há história.
Aqui em casa é sempre uma aventura quando saímos em família. Primeiro, porque sempre que combinamos o rolezinho nunca dá certo, porém quando dá, digamos que alguma coisa tem que sair errada se não o universo entra em colapso, desaparece, e uma coisa mais bizarra ainda surge no lugar. Sim, acabei de revelar o segredo da vida pra vocês, a origem do universo e tudo mais. Shhh. Última vez que o universo desapareceu foi em Férias Frustradas, 1983.
Mas então, vamos imaginar: Viagem + gente que só fala gritando + pessoas altamente apavoradas + uma criança que não pára de falar enquanto você tá nervoso + gente que ama dar palpite + destino incerto = tá pronto sorvetinho DO CAOS
Vamos à história completa.
No aniversário da minha irmã Vanessa, decidimos ir à uma praia paradisíaca, ainda desconhecida por nós, praia do Éden, em Guarujá. Até aí tudo bem, conseguimos chegar lá sem ferimentos ou desilusões(tirando que achei que por ser uma praia do Guarujá, só teria gente bonita, infelizmente errei rude), usamos o gps que nos orientou por uma via que passava por Bertioga e não precisava pegar balsa nem nada. Tudo mil maravilhas.
Chegamos e foi muito divertido devido às várias experiências de quase-morte que tivemos, pois as ondas eram muito fortes, fazendo com que rolássemos na água em ritmo de festa. Várias vezes me senti dentro de uma batedeira, perto do epicentro* de um terremoto. No final ganhei vários hematomas e ralados, fora a quantidade absurda de areia que entrou em lugares que eu nem imaginava que tinha a possibilidade de entrar. Mas devido ao lugar maravilhoso, eu estava anestesiada, só fui reparar em tudo isso ao chegar em casa, anos depois.
Passamos o dia lá e pá sei que lá, pagamos 15 reais num pote de açaí do tamanho de um vidrinho de Yakult, (o que me fez ficar indignada por um bom tempo) finalmente chegou a hora de dar tchau.
Chegamos ao carro, devolvemos o balde pro cara do estacionamento(ele havia emprestado para carregarmos as cervejas), pegamos os celulares para ligar o gps. Ah, esses celulares.
Eu fiquei incumbida de tirar as fotos do rolê, portanto minha bateria estava acabando. Minha mãe deixou o celular ligado com a internet desligada, porém não ajudou muito pois ficou gastando de qualquer forma. Dio (cunhado) nem sei se estava com o celular dele, e a Vanessa não tinha crédito. Já começou errado aí essa volta.
Pensamos: “Bom, como vamos até Bertioga e de lá sabemos voltar, 15% de bateria será o suficiente né. Vamos colocar aqui no celular da mãe mesmo.”
Então, fui incumbida de outra missão. Colocar o destino no celular da minha mãe e entregá-lo ao copiloto Vanessa para orientar o motorista, Dio.
Sem um pingo de maldade no coração, coloquei o destino para Poá direto, ao invés de colocar para Bertioga... e aí começou a saga mais longa de nossas vidas.
O gps nos mandou voltar por Santos, e até então todos nós achamos que seria melhor e mais rápido voltar por SP, e já que tínhamos algo nos orientando seria tudo mais fácil.
Desilusão, desilusão, danço eu dança você na dança da solidão (música)
Pegamos a balsa pra Santos, pagamos 11 reais naquela merda. Ok.
Seguimos viagem, e só foi piorando. Passamos pelo menos por uns 3 pedágios, e quando achamos que não tinha como ficar pior... Pourran... a gasolina entrou na reserva.
Lembra a receita do sorvetinho do caos que citei acima? Então, começou nessa hora. Me senti no Masterchef do umbral.
Dio começou a ficar apavorado, passando a mão no rosto e nos cabelos repetidas vezes, Vanessa tentando manter o Dio calmo sem sucesso, minha mãe dando leves palpites tentando não apavorar mais ainda o motorista, o Ni falando sobre polícia, e eu fingindo que estava morta.
Devido à gasolina quase acabando, tivemos que pegar a próxima saída para achar um posto. Saímos aonde? No bairro Pimentas. Sim repito, claro. PIMENTAS, GUARULHOS.
Fomos no cagaço, mas não tínhamos escolha. Pensa, você está num lugar totalmente desconhecido, porém conhece a fama de ser amaldiçoado por Deus. Nada contra. É o que dizem. Boatos. Fora que, todo mundo quase sem bateria para pedir ajuda.
Colocamos o posto mais próximo no gps, e seguimos. Demos mais ou menos 500 voltas pelos bairros daquele lugar maravilhoso, e quando estávamos chegando no posto, adivinhem: ESTAVA DESATIVADO. Sim senhores.
Agora imaginem o diálogo dentro do carro:
“VALEI-ME NOSSA SENHORA”
“não tia, porque a polícia não vai deixar nada acontecer, e eu sou o Batman”
“puta merda”
“Kiss me hard before you go, summertime sadness”
Seguimos pelo que parecia ser a avenida principal, e graças aos deuses, 5 minutos depois achamos um posto. Já sem nenhuma fé no gps, resolvemos perguntar aos gentis senhores do posto como ir pra casa.
“Olha, segue essa avenida, vira a direita, depois a esquerda que vocês vão sair no lugar X, e aí só seguir direto. Mas segue esse caminho certo, porque se vocês errarem, vão sair daqui sem o carro.”
Foi um incentivo maravilhoso para anotar num papel.
Depois de mais um pedágio e rodar mais um pouquinho(dessa vez com tanque cheio), chegamos em casa. E o que aprendemos com essa história, caros colegas? Nunca, mas nunca mesmo na sua vida confie à mim um GPS.




*ponto da superfície da Terra onde primeiramente chega a onda sísmica. Terremoto.

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