Olá senhoras e senhores,
como vocês estão? Bom, hoje estou aqui para contar uma história
superinteressante sobre um homem e seu amor por um pote de azeitona
(Consideramos justa toda forma de amor).
Com essa história,
entres outras, eu tive uma revelação durante meu tempo de vida aqui e gostaria
de compartilhá-la com vocês. Veio para mim enquanto eu tentava classificar
nossa espécie. Só posso dizer que seres humanos são os animais mais
inconstantes, pervertidos e malucos com quem tenho o prazer de
"compartilhar características morfológicas e semelhanças comportamentais,
que podem gerar descendentes férteis além de compartilhar o mesmo
ambiente".
E aí a pergunta que não
quer calar: Vale tudo pelo prazer? Bom, cada um no seu quadrado né. Cada um no
seu cada qual. Cada um sabe a dor e a delícia de ser quem é. Ema ema ema, cada
um com as suas dificuldades. Enfim.
Há muito muito tempo
atrás em uma época remota, eu trabalhava ou estagiava (vamos deixar no ar) num
hospital Y . Foi uma época boa, onde cada dia era uma aventura diferente.
Quando o paciente não tentava te estapear, não espumava pela boca, não falava
com os lábios tremendo tomados por um ódio descomunal por causa da demora no
atendimento, ele estava ali quietinho conformado com o que o sistema único de
saúde nos proporciona. O importante era esperar né, pois o atestado não ia se
escrever sozinho. Nessa época eu
estava no Pronto Socorro, então tudo quanto era absurdo ou acidentes macabros
(pesquisa no Assustador caso tenha curiosidade) passava por nós primeiro. Bons
tempos.
Então, num dia que tinha
tudo para ser comum e sem intercorrências, eu estava enfaixando carinhosamente
a perna de uma paciente idosa na sala de suturas, enquanto ela reclamava da
vida, me contava todos os seus problemas pessoais e também os sexuais, os quais
eu não estava muito interessada em saber pois a visão de uma senhora
relacionando-se sexualmente não era lá o que gostaria de ficar pensando sobre.
Pois bem, quando termino de enfaixar e a sra. termina de contar suas desventuras,
eis que me chamam para ir ajudar no socorro de um indivíduo que acabara de
chegar de ambulância.
Diante da situação,
prontifiquei-me a ir para a entrada do hospital atender ao chamado. Fui
passando pelos funcionários do local sem reparar muito no que eles estavam
fazendo, que no caso era gargalhar gostosamente. Quando reparei, pensei
"Será que tão rindo de mim?" Então rapidamente chequei minha roupa
para ver se tinha algum resquício de algo fora do comum tipo sangue,
esparadrapo ou se a senhora havia ficado presa no meu jaleco, ou se eu tinha
enfaixado a minha perna ao invés da perna da senhora, não sei. Erros de
enfermagem acontecem.
Parecia estar tudo em
ordem. Continuei minha caminhada até a entrada, e então percebo que os gentis
trabalhadores do SAMU estavam também com uma cara que nem nos seus melhores
sonhos ou nas suas mais loucas fantasias você será capaz de imaginar. Mas
resumindo, cara de riso.
Já estava pronta para
perguntar em voz alta se era comigo e se eu estava defecada. Então o moço do
SAMU apontou para a maca, e fez alguns sinais que me fizeram entender que a
graça estava ali deitada coberta por um lençol, o que despertou e muito minha
curiosidade. Levamos o indivíduo para a emergência, depois, juntamente com os
outros enfermeiros pegamos o caso do senhor, e então finalmente descobri o
motivo de tantas risadas.
Vou repetir o que foi
dito à nós pelos socorristas, prometo que serei fiel aos acontecimentos e não
me utilizarei de exageros.
-"ESSE INDIVÍDUO
CHAMOU O SAMU PORQUE ENFIOU UM POTE DE AZEITONA NO C* E NÃO CONSEGUIU TIRAR
SOZINHO. NÃO DUVIDO DE MAIS NADA NESSA VIDA."
*piadas ao fundo*
"ENTUPIU? NÃO
QUEBRE. LIGUE PARA..."
Nesse momento me senti
no Programa do Ratinho. Enfim, depois de todo esse alvoroço, fui até o leito do
indivíduo e humildemente perguntei o que havia acontecido.
E como num filme, ele me
contou tudo usando exatamente essas palavras:
-"Olha, devido ao
aquecimento global, essas altas temperaturas, o Al Gore e toda essa verdade
inconveniente, eu estava pintando a casa pelado e tinham alguns potes de
azeitona espalhados pela casa com água dentro, para que quando eu quisesse
mudar a cor da tinta pudesse utilizar um deles e remover o excesso. Eis que
então meu gato passou correndo pela escada (sim, surgiu uma escada e um
felino), fazendo a mesma fechar e eu cair violentamente em cima de um dos potes
(reparei que não tinha água dentro do pote, provavelmente ele sugou-a de alguma
forma ainda desconhecida por nós, meros mortais) que por má sorte entrou no meu
orifício anal e agora não quer mais sair."
Obviamente acreditei na
história do moço, e imaginei: "Pobre infeliz, não pode nem pintar a casa
em paz sem ser atacado".
Bom, depois que o bom
cidadão foi removido para outra unidade, o que nos restou foram apenas
lembranças desse dia. *suspiros*
No mesmo dia sem me
exaltar, contei a história trágica para alguns amigos e um deles, Deusdedete,
me mostrou um vídeo que retratou exatamente toda a história que o cidadão havia
me contado, tanto que até pensei que ele fosse o personagem do vídeo que
compartilharei agora com vocês, porque vocês merecem ver.